Segunda-feira, 20 de Fevereiro de 2023, 08h:34 - A | A

TECNOLOGIA

Óculos embaçados: filme de ouro soluciona o problema

Ele consegue converter a luz do sol em calor, evitando, assim, o processo de embaçamento

Da Redação

Clima frio, úmido, chuva e até mesmo a atletas. Uma simples mudança de temperatura pode causar transtornos aos usuários de óculos e deixar as lentes embaçadas e incomodantes. Entretanto, como a mineração pode ser uma aliada na solução deste problema?

Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, desenvolveram um filme transparente à base de ouro. Ele consegue converter a luz do sol em calor, evitando, assim, o processo de embaçamento.

Como funciona

A diferença de temperatura entre a superfície e o ambiente gera a condensação de pequenas gotas de água, provocando o embaçamento das lentes . O filme suíça adota um método diferente das tecnologias antiembaçantes convencionais. Elas têm a capacidade de atrair a água para propagar a condensação de maneira uniforme.

Na nova técnica, o vidro mantém uma temperatura capaz de permitir a evaporação das gotículas que se acumulam nas lentes por meio de um filme protetor formado por partículas de ouro .

Os professores do instituto suíço e líderes do grupo de pesquisa publicado na Revista Nature Nanotechnology, Dimos Poulikakos e Thomas Schutzius, explicaram que o revestimento de ouro é nanoscopicamente fino e absorve cerca de 30% da radiação solar .

O aquecimento fotoinduzido resultante evita ou atenua o embaçamento em superfícies transparentes.

O professor e pesquisador do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP), Euclydes Marega Junior, explicou ao jornal Correio Braziliense:

“ A tecnologia coloca essas pequenas partículas de ouro de uma forma ordenada, formando um filme bem fino, que não atrapalha a visão. Quando a luz solar atinge essas pequenas partículas, elas esquentam em alguns graus. Como a gotícula de água é muito pequena, evapora rapidamente ”, detalha.

Minerais presentes na produção dos óculos

O filme é tão fino que não interfere na luz visível, aquela que o olho enxerga, mas absorve o infravermelho para esquentar um pouco a superfície do vidro. Além das partículas de ouro, o revestimento tem duas camadas ultrafinas de óxido de alumínio.

Trata-se de um material eletricamente isolante, que engloba o ouro, formando uma espécie de sanduíche. A união das firmas aumenta a força do aquecimento.

A combinação dos dois metais também traz outra vantagem. Como o ouro não absorve a radiação ultravioleta, a camada superior de óxido de alumínio atua como um acabamento de proteção para o filme e para os olhos de quem usa os óculos. Esta mesma tecnologia pode ser aplicada em pára-brisas de carros e janelas.

Custo x benefício

O melhor é o custo. Segundo Iwan Hächler, um dos criadores da solução tecnológica, mesmo que o elemento principal seja ouro, o revestimento requer tão pouco material que os custos de confecção permanecem baixos.

“Tem cerca de 5mm, sendo mil vezes mais fino que um fio de cabelo humano. Significa que, no fim, usamos apenas uma quantidade mínima de ouro”, afirma.

“Para um par de óculos de visão, isso soma cerca de US$ 0,20. Portanto, é basicamente insignificante em termos de custos.” Entenda também o “O impacto do cobre no setor automotivo” .

* Com informações da revista Nature Nanotechnology e do jornal Correio Braziliense

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