A Moody’s revisou preços e faixas de sensibilidade para diversos metais e commodities de mineração e projeta um crescimento global lento para 2025-2026, à medida que as economias se ajustam a mudanças significativas nas políticas comerciais, fiscais, monetárias e migratórias. As expectativas de crescimento do PIB foram elevadas desde maio de 2025, com previsão de expansão de 2,4% para as economias do G-20 em 2025, uma queda de 2,9% registrados em 2024. Na China, mesmo com crescimento de aproximadamente 4,7% em 2025, a demanda por aço e metais básicos continuará fraca, devido à lenta recuperação do mercado imobiliário e à redução da demanda externa, agravada pelas tensões comerciais.
As estimativas anteriores de maio de 2025 mostravam que os preços dos metais preciosos cresceram, enquanto os metais básicos permaneceram relativamente estáveis. Os preços do aço seguem fortes nos Estados Unidos, cujo mercado é protegido por tarifas elevadas de 50%, ante os 25% anteriores, enquanto na Ásia, Europa e América do Sul, os preços do aço continuam enfrentando dificuldades. Os preços dos metais preciosos, especialmente o ouro, devem permanecer robustos, com investidores buscando proteção contra o protecionismo crescente, barreiras comerciais e inflação persistente. O ouro atingiu novos recordes ao longo de 2025 e recebe suporte adicional das expectativas de redução das taxas de juros nos Estados Unidos. Bancos centrais da China, Rússia e Índia, entre outros, continuam a aumentar suas reservas de ouro como reserva de valor de longo prazo e ativo alternativo para diversificação de risco.
A Moody’s aumentou também a faixa de sensibilidade de preços para ouro e prata, além de elevar as premissas de preços em 12 meses para prata, platina e paládio. A prata continua a se beneficiar de sua dupla função como metal precioso e commodity industrial, com demanda crescente vinda de painéis solares, semicondutores, aplicações em IA e tecnologias 5G. Os preços mais altos de platina e paládio mostram a menor produção nas minas e a expectativa de déficit contínuo no mercado, sustentados pela demanda industrial e pelo aumento da demanda por joias e investimentos, especialmente em platina, após a alta do ouro. No entanto, a demanda incerta da indústria automotiva limita novos ganhos de preço, particularmente para o paládio. A premissa de preço em 12 meses para o cobre, com média de preços no ano até setembro de 2025 em torno de $4,31/lb, cerca de 5% acima do registrado um ano antes. Os preços do cobre refletem tanto o sentimento de mercado — incluindo a desvalorização do dólar e expectativas de corte de juros nos EUA — quanto os mercados físicos. Os estoques de cobre diminuíram no início de 2025 com o aumento das importações para os EUA em antecipação às tarifas, enquanto a demanda na Ásia permaneceu forte. A produção das minas em operação aumentou no primeiro semestre de 2025, com novos projetos avançando no Peru, Chile, República Democrática do Congo e Mongólia. A China, isoladamente, elevou a demanda aparente global por cobre, mas a fraqueza do setor imobiliário e a retração da atividade industrial limitam o crescimento da demanda no país.
Níquel, alumínio e zinco continuarão enfrentando dificuldades com demanda fraca em um momento de crescimento da oferta — especialmente o níquel, cujos preços já estão dentro da curva de custo para vários produtores. A Moody’s reduziu suas faixas de sensibilidade de preços de médio prazo para o aço na China, Brasil e Europa, com base na demanda fraca e na maior concorrência do aço importado em algumas regiões, como o Brasil. A indústria siderúrgica chinesa ainda não apresentou cortes substanciais na produção, apesar dos esforços do governo para enfrentar a capacidade excessiva e a concorrência de preços em diversos setores industriais, incluindo o aço.
Contudo, os produtores de aço na China têm registrado margens maiores em 2025 do que em 2024, impulsionados pelos preços mais baixos do minério de ferro e do carvão, além da recuperação nos preços do aço. As tarifas sobre todas as importações de aço, alumínio e produtos derivados nos EUA foram elevadas para 50% em junho de 2025, ante os 25% anteriores. A medida beneficiou rapidamente os produtores domésticos dos EUA e elevou os preços da maioria dos produtos siderúrgicos, mas pode contribuir para uma demanda mais fraca no futuro, em um momento de aumento da capacidade. A Moody’s também aumentou sua premissa de preço em 12 meses para o carvão térmico, refletindo a forte demanda na Ásia diante de mudanças recentes nas políticas da China, clima mais quente que o normal e preços elevados do gás natural.