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Segunda-feira, 17 de Novembro de 2025, 08h:36 - A | A

OSCAR

Mineração marca presença no filme que representará Brasil

Personagem interpretado por Wagner Moura em “O Agente Secreto” pesquisa baterias de lítio

Da Redação

Escolhido para representar o Brasil na próxima disputa do Oscar, “O Agente Secreto” estreou na última semana levando aos cinemas de todo o país um pouco do universo da mineração. No filme, que se passa durante a década de 1970, Wagner Moura interpreta o chefe de um departamento de pesquisa, cujos estudos são voltados para o desenvolvimento de baterias de lítio para carros elétricos. Conheça um pouco mais sobre a importância deste mineral para a economia do planeta e saiba como o Brasil se posiciona dentro deste cenário.

Revolução nas baterias

Grande parte da relevância atual do lítio deve-se à revolução que este elemento químico proporcionou no mercado de baterias. Com vantagens na comparação com outros modelos como rápido carregamento, capacidade de armazenar grandes quantidades de energia em espaços reduzidos e maior vida útil, as baterias de lítio ganharam espaço por garantir maior autonomia a carros elétricos, por exemplo.

As pesquisas sobre o tema começaram ainda no século XIX. Contudo, foi apenas no início da década de 1980, ou seja, anos depois dos estudos promovidos pelo personagem de Wagner Moura, que John Goodenough, então chefe do Departamento de Química Inorgânica da Universidade de Oxford, e os pesquisadores Michael Stanley Whittingham e Akira Yoshino obtiveram avanços que possibilitaram a aplicação do lítio nas baterias recarregáveis em larga escala. Graças a essa descoberta, a equipe recebeu o Nobel de Química de 2019.

Importância global

Hoje, o lítio é um dos minerais considerados críticos não apenas pelo Brasil, mas também pelas três principais economias globais: China, Estados Unidos, União Europeia. Tal fato, por si só, ilustra um pouco do peso e do papel que ele desempenha no mundo contemporâneo. Esse interesse se explica por conta da relevância estratégica do lítio para o desenvolvimento de tecnologias ligadas à transição energética, em especial baterias leves e de alto desempenho.

Segundo projeção da IEA (International Energy Agency) feita em 2025, a demanda global por lítio deve aumentar 70% até 2050 em função da necessidade de se atender aos objetivos de redução de emissões de carbono estabelecidos pelo Acordo de Paris. Nesse contexto, estima-se que os mercados de baterias de íons de lítio e de veículos elétricos serão os principais impulsionadores do aumento da procura por minerais da transição.

Vale do lítio

O Brasil se destaca em 2024 no cenário internacional como o quarto maior produtor de lítio, respondendo por 10,3% do volume global de extração do minério segundo o Sumário Mineral 2025 (ano base 2024). As principais lavras do país estão localizadas em Minas Gerais, na região do Vale do Jequitinhonha.

A importância do mineral para a região é tão significativa que o governo do estado instituiu o projeto “Vale do Lítio”, com objetivo de posicionar Minas Gerais e o Brasil como protagonistas globais na cadeia de valor do lítio. A iniciativa inclui 14 cidades (Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni, Turmalina, Rubelita e Salinas), que abrigam a maior reserva nacional do minério.

Desafios na cadeia de valor

Uma das ações previstas pelo “Vale do Lítio” incluiu o lançamento de um programa de fomento na Nasdaq, bolsa de valores do Estados Unidos que reúne empresas de inovação e tecnologia. O projeto busca atrair diversos atores da cadeia produtiva do lítio para uma mesma região, tornando possível extrair, beneficiar e fabricar nacionalmente os produtos que vão abastecer mercados em todo o mundo.

Apesar de figurar com o quarto maior produtor de lítio, o Brasil se dedica a fornecer minério e seus concentrados a outros países, comprando de volta produtos de alto valor agregado. Para se ter uma ideia, segundo informações da plataforma Comexmin da ANM, que reúne dados sobre comércio exterior do mercado mineral, o Brasil exportou US$285,9 milhões de lítio em 2024, e apenas US$7,5 milhões em baterias. Já quando o assunto é importação, os números se invertem: foram US$623,6 milhões gastos com baterias de lítio fabricadas no exterior.

Os números revelam que, apesar de todo o peso do Brasil no mercado global de lítio, ainda é necessário empreender esforços para fortalecer a cadeia produtiva nacional, incluindo o investimento em pesquisas como as realizadas pelo personagem vivido por Wagner Moura em “O Agente Secreto”. (Com informações da ANM)

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