Detectorista descobre anel de ouro de luto do século 18

Malcolm Weale - Arquivo pessoal

Um anel de luto em ouro e esmalte, datado do século 18, foi encontrado por um detectorista de metais em um campo nos arredores de Thetford, em Norfolk, na Inglaterra. A joia estava enterrada a cerca de 15 centímetros de profundidade e chamou atenção por ainda reluzir ao sol, séculos após ter sido perdida.

Malcolm Weale, 53 anos, encontrou o anel em agosto, após mais de um ano de buscas na área. “Lá estava ele, um brilho de ouro puro, reluzente como no dia em que foi perdido, a cerca de 15 centímetros de profundidade no barro. Eu soube na hora que era algo muito especial e até fiz uma dancinha”, contou à BBC.

Segundo a BBC, acredita-se que a peça tenha sido confeccionada em memória de Sir Bassingbourne Gawdy, terceiro baronete de Harling, que morreu em 1723, aos 56 anos, em um acidente de caça. Os anéis de luto, comuns entre as elites europeias entre os séculos 16 e 19, eram usados como símbolos de lembrança e respeito pelos mortos, muitas vezes contendo inscrições, datas ou até mesmo mechas de cabelo do falecido.

A família Gawdy, à qual ele pertencia, teria raízes em um cavaleiro francês capturado durante a Guerra dos Cem Anos e que se estabeleceu no leste da Inglaterra no século 14. O anel foi declarado oficialmente como tesouro pelo tribunal forense de Norfolk e será avaliado pelo Museu Britânico, que determinará seu valor e definirá quanto será destinado ao descobridor e ao proprietário do terreno.

Outras descobertas

O detectorista já encontrou outros objetos valiosos na região. Em 2024, a BBC noticiou que ele encontrou uma moeda de um centavo ("penny") de prata cunhada no final do século 9 para Guthrum, também conhecido como Athelstan II, um líder viking que se tornou rei da Ânglia Oriental após adotar o cristianismo.

A peça é considerada a primeira emitida por um governante viking na Grã-Bretanha após sua conversão religiosa. Guthrum liderou a invasão dinamarquesa da Inglaterra anglo-saxônica e travou conflitos contra Alfredo, o Grande. Como parte de um acordo de paz, foi batizado e se retirou para governar a Ânglia Oriental como reino independente em 880 d.C., onde passou a emitir suas próprias moedas.