Segunda-feira, 26 de Agosto de 2024, 14h:19 - A | A

ALTA HISTÓRICA

Bancos aumentam reservas de ouro em meio à desdolarização

Semana passada, o preço alcançou um novo patamar, ultrapassando US$ 2.500 (R$ 13.699) por onça

Jornal da Bahia

No cenário de crescente desdolarização, o acúmulo de ouro por bancos centrais ao redor do mundo tem se intensificado, levando o preço do metal a atingir novos recordes históricos. Em 16 de agosto, o preço do ouro alcançou um novo patamar, ultrapassando US$ 2.500 (R$ 13.699) por onça, superando o recorde anterior registrado em julho. Além disso, as reservas globais de ouro aumentaram em 228 toneladas no primeiro trimestre de 2024, marcando um novo recorde, conforme relatório do Conselho Mundial do Ouro (WGC).

Nos últimos dois anos, a narrativa predominante em alguns setores da mídia ocidental sugeria que o ouro estava perdendo seu status de porto seguro, devido à valorização do dólar. Em setembro de 2022, o The Wall Street Journal publicou uma manchete afirmando que o “ouro perde status de porto seguro”, refletindo a visão de que o fortalecimento do dólar estava enfraquecendo o apelo do metal precioso. Entretanto, essa percepção tem sido amplamente contestada pelos movimentos recentes do mercado.

A contínua elevação do preço do ouro reflete uma mudança na estratégia dos bancos centrais, que têm dobrado suas compras de ouro desde o início de 2024. Em 2023, a aquisição do metal ultrapassou 1.037 toneladas, com países como China, Índia e Turquia liderando essas compras. Paralelamente, as reservas de ativos denominados em dólares nos bancos centrais atingiram uma baixa histórica, representando 58,9% em 2024, uma queda significativa em relação aos cerca de 70% registrados duas décadas atrás.

Esse movimento está alinhado com a tendência de desdolarização, que busca reduzir a dependência do dólar americano nas reservas internacionais. Uma das iniciativas mais notáveis nesse contexto é a discussão sobre a criação de uma unidade de pagamento pelo grupo BRICS. De acordo com informações divulgadas, 40% do valor dessa unidade será atrelado ao ouro, enquanto os 60% restantes serão baseados em uma cesta de moedas do grupo, não sendo uma moeda fiduciária como o dólar.

O caso da Rússia ilustra bem essa tendência. As reservas de ouro do país alcançaram um recorde histórico de 2.335,85 toneladas no segundo trimestre de 2024, segundo dados do WGC. Desde 2000, a média das reservas russas de ouro foi de 1.146,71 toneladas, indicando um crescimento expressivo ao longo das últimas décadas.

*Com informações da Sputnik News.

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